Quando devo coletar amostra de solo para análise genética?

Amostragem de solo

Uma pergunta frequente de quem vai realizar a análise genética por meio do Agri-Analysis é sobre o melhor momento para coletar a amostra de solo.

Diferente das análises químicas, em que as amostras são coletadas em período de entressafra, as análises genéticas têm critérios diferentes para definir qual é o momento ideal da coleta.

A seguir, listamos algumas sugestões que podem auxiliá-lo com essa decisão. Confira:

As plantas selecionam os micro-organismos do solo

Ao analisar os atributos biológicos do solo por meio de uma análise genética, a intenção é conhecer todo o seu potencial em auxiliar as plantas a crescerem de maneira saudável e plena.

Portanto, o ideal é direcionar a coleta da amostra do solo para o momento em que a planta se apresenta em maior atividade metabólica. Afinal, é neste momento em que ela está interagindo de maneira mais íntima com a microbiota do solo.

Explico: ao longo do ciclo de vida de uma espécie vegetal, a planta secreta para solo uma grande variedade de compostos orgânicos. Já a microbiota do solo, por sua vez, percebe estes compostos e responde a eles.

Como resultado dessa comunicação, a planta seleciona micro-organismos que podem ser benéficos a ela, aqueles que, justamente, devem ser percebidos na análise genética do solo.

O período de florescimento do vegetal

Vários estudos demonstram que o período de florescimento é o momento de maior interação da planta com a microbiota, ou seja, é quando observa-se maior concentração de organismos benéficos aos vegetais no solo.

Estes organismos incluem, por exemplo, espécies fixadoras de nitrogênio e atuantes no controle biológico. Neste caso, portanto, o período de florescimento é o mais adequado para a análise genética de um solo.

Esse critério, por exemplo, se encaixa perfeitamente para culturas como a soja e o trigo. Porém, a relação entre o estágio fenológico e a microbiota do solo ainda não é muito conhecida em todas as culturas.

No caso da cana-de-açúcar, sabe-se muito pouco sobre a influência do vegetal no seu estágio fenológico. Nestes casos, uma boa estratégia é consultar um agrônomo ou microbiologista de solo para definir as melhores opções conforme o momento de coleta.

Avaliando a aplicação de produtos agrícolas em amostras de solo

Além da caracterização do solo para a gestão da lavoura, a análise genética de solo também pode ser usada para outras finalidades. Uma dessas aplicações está na indústria de bioinsumos, onde é possível usá-la para avaliar um produto e seus efeitos no solo.

Nesse caso, é importante adotar outras estratégias de amostragem, como, por exemplo, comparar áreas com e sem aplicação dos produtos, além de amostrar o solo em momentos diferentes, acompanhando as alterações na microbiota.

Outra opção é coletar amostras antes da aplicação do insumo, estabelecendo um cenário de base, e depois em diferentes momentos após a aplicação do produto.

Com isso, é possível acompanhar a permanência do produto no solo, validando a sua aplicação. Em todo caso, a escolha por um esquema de amostragem depende sempre do objetivo que almejamos com a nossa análise genética. Para saber mais sobre o uso de análise genética no solo, entre em contato conosco!

Texto: Prof. Marcus Adonai Castro da Silva – microbiologista e cofundador da Biome4all