E se te dissessem que no mundo das plantas, existe um grupo de hormônios dedicado ao crescimento e desenvolvimento vegetal?
Pois esse é o papel delas: As auxinas!
Vamos mostrar o fascinante mundo das auxinas, seu impacto no crescimento das plantas e como os micro-organismos do solo podem influenciar esses processos.
Introdução
Primeiro vamos entender o que elas são!
As auxinas são hormônios vegetais cruciais para o crescimento das plantas. Envolvidos direta e indiretamente em processos fundamentais para o desenvolvimento adequado das plantas. Veja:
Além disso, elas desempenham uma série de funções vitais, incluindo:
- O alongamento celular;
- A divisão celular;
- Atuam no processo de abscisão;
Pense nas auxinas como “instrutores de dança” e nas plantas como os dançarinos.
Assim como o instrutor guia os passos dos dançarinos, as auxinas orientam o crescimento e desenvolvimento das plantas.
São elas que mostram a direção dos movimentos e sabem exatamente quando e como mover cada parte do corpo para criar uma bela coreografia.
Da mesma forma, as auxinas “dizem” às plantas como e onde crescer, indicando às células da planta quando produzir raízes fortes, quando alongar os caules, quando desenvolver folhas saudáveis e quando formar novos brotos.
É importante ressaltar também que existem diferentes tipos de auxinas, sendo a mais comum e bem estudada o ácido indolacético (IAA), que é considerado o principal hormônio auxínico.
Mas existem outros, com alguns nomes um tanto complicados, como: o ácido indolbutírico (IBA), ácido indolpropiónico (IPA) e ácido 4-cloroindolacético (4-Cl-IAA).
Muito melhor chamar apenas de auxinas, não é mesmo?
O Poder das Auxinas
Ficou claro que as auxinas atuam como mensageiros químicos, transmitindo sinais para controlar o crescimento e orientação das células vegetais.
Mas vamos entender agora, como isso ocorre?
Uma das principais vias de ação das auxinas, é a elongação celular, na qual as auxinas promovem o crescimento das células vegetais.
Elas estimulam a atividade das bombas de prótons na membrana plasmática, resultando em um aumento da acidez no ambiente extracelular, desencadeando a ativação de enzimas expansivas.
Imagine que as células são balões, e as auxinas, neste caso, agem como um sopro.
Essa mudança de acidez amolece a parede dos balões, permitindo que eles se estiquem e cresçam.
Além disso, as auxinas estimulam a síntese de proteínas estruturais, como a actina e a tubulina, que estão envolvidas no rearranjo do citoesqueleto e no crescimento celular.
Outra via de ação das auxinas está relacionada com a divisão celular.
Elas estimulam a atividade de um complexo de proteínas de nome um pouco complicado, conhecidos como: ciclina-D/quinase dependente de ciclina (CDK), que controla o ciclo celular.
Esse estímulo leva à ativação da fase G1 do ciclo celular, resultando em maior divisão celular e formação de tecidos e órgãos vegetais.
Resumindo, lembra que as auxinas são como os instrutores de dança?
Elas coordenam as células vegetais para que sigam o ritmo adequado do ciclo celular, resultando em crescimento, divisão celular e formação de tecidos e órgãos vegetais de forma harmoniosa.
Raízes
Não satisfeito com tudo isso, as auxinas também desempenham um papel importante na formação de raízes, sendo responsáveis pela indução do enraizamento de estacas, estimulando a formação de raízes adventícias.
As auxinas também influenciam o desenvolvimento do sistema radicular.
Quando transportadas para o meristema radicular, elas estimulam a atividade das células-tronco localizadas nessa região, promovendo a proliferação celular e, consequentemente, o crescimento das raízes primárias.
Já com as raízes laterais elas promovem um estímulo na formação de primórdios radiculares, que são pequenas saliências que se desenvolvem a partir das raízes primárias.
Desse modo, esses primórdios radiculares se desenvolvem em raízes laterais, que são ramificações que se estendem a partir da raiz primária.
Por outro lado, no processo de frutificação as auxinas também desempenham um papel significativo, influenciando no tamanho, formato e maturação dos frutos.
Durante o desenvolvimento do fruto, as auxinas sintetizadas nas sementes são transportadas para os tecidos circundantes.
Consequentemente, promovendo o crescimento e a expansão dos tecidos do fruto, além de regular a produção de hormônios relacionados à maturação, como o etileno, que mencionamos no blog sobre compostos voláteis.
Elas atuam controlando sua biossíntese e a expressão dos genes relacionados a esse hormônio, como na modulação da enzima ACC sintase.
Micro-organismos do Solo: Parceiros na Produção de Auxinas
Mas como os micro-organismos do solo se encaixam nessa equação?
Surpreendentemente, muitos micro-organismos do solo têm a capacidade de produzir auxinas.
Bactérias e fungos benéficos presentes no solo podem sintetizar e liberar auxinas, que acabam interagindo com as plantas de várias maneiras.
Por exemplo, as bactérias do gênero Pseudomonas, como a P. veronii e P. fluorescens, são ótimas fornecedoras do já citado IAA.
Em relação aos fungos, o Trichoderma harzianum é um ótimo exemplo de micro-organismo capaz de sintetizar e disponibilizar auxinas para as plantas.
Além disso, a presença de certos micro-organismos, como o Rhizobium leguminosarum pode induzir a planta a produzir mais auxinas em seu próprio metabolismo.
Isso ocorre por meio da interação e formação de nódulos por esse micro-organismo nas raízes da planta, levando a uma maior produção e regulação de auxinas.
Conclusão
Ficou claro que as auxinas desempenham um papel crucial no crescimento das plantas, e a presença de micro-organismos benéficos no solo pode potencializar esses efeitos.
Então, como posso saber o potencial de produção dessas auxinas no meu solo?
A resposta é a metagenômica!
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Autoria: Marcos Cabral e Estácio Odisi da B4A.