Imagine um palco invisível sob nossos pés, onde uma dança silenciosa e essencial está sempre em movimento.
Bem-vindo ao mundo das transformações do nitrogênio no solo, uma coreografia impressionante onde os micro-organismos desempenham os papéis principais.
Neste blog, embarcaremos em uma jornada pelo universo microbiano e revelaremos como essas pequenas criaturas estão intimamente ligadas às mudanças do nitrogênio no solo.
Introdução
Antes de nos aprofundarmos nas complexidades, é essencial entender a importância do nitrogênio no mundo vegetal.
Ele é um dos nutrientes mais críticos para o crescimento das plantas, e sua disponibilidade influencia diretamente a produtividade agrícola.
Mas como esse elemento essencial passa por transformações tão vitais no solo?
Ciclo do Nitrogênio: Uma Coreografia Complexa
A complexidade do ciclo do nitrogênio pode ser comparada a uma coreografia intricada, onde o nitrogênio executa uma série de passos precisos e se transforma em diferentes estados ao longo do processo.
Essa dança crucial começa com as notáveis bactérias fixadoras de nitrogênio, que desempenham um papel mágico ao converter o nitrogênio atmosférico em formas que as plantas conseguem absorver e utilizar como alimento.
Imagine essas bactérias como verdadeiros alquimistas da natureza, transformando o nitrogênio que paira no ar em um verdadeiro banquete nutritivo para as plantas.
Assim como mágicos que transformam elementos simples em algo grandioso, essas bactérias especializadas têm a habilidade única de quebrar as fortes ligações do nitrogênio gasoso e convertê-lo em formas solúveis, como a amônia.
Isso cria uma fonte de nutrição prontamente acessível para as plantas, essenciais para seu crescimento vigoroso!
No entanto, a dança do nitrogênio não para por aí. Assim como uma coreografia complexa que envolve vários passos, esse ciclo intrincado também inclui outras etapas fundamentais.
Uma delas é a nitrificação, um processo no qual outras bactérias transformam a amônia em compostos nitrogenados que podem ser absorvidos pelas plantas, como os nitratos.
Esses nutrientes nitrogenados então entram em ação, alimentando o crescimento das plantas e desempenhando um papel crucial em sua saúde e vitalidade.
As plantas utilizam esses compostos para construir proteínas, ácidos nucléicos e outras moléculas essenciais para sua estrutura e funcionamento.
Nitrificação
Como já mencionado, aqui entra outro ato emocionante da dança: a nitrificação.
Nesse processo, as bactérias transformam a amônia em nitrato, uma forma mais acessível para as plantas.
Imagine isso como um enigma sendo solucionado, um quebra-cabeça químico onde as peças são rearranjadas de maneira surpreendente.
A etapa da nitrificação no ciclo do nitrogênio é um processo químico intrincado e crucial para a disponibilidade de nitrogênio para as plantas.
Ele ocorre em duas fases distintas, ambas realizadas por diferentes grupos de bactérias do solo.
Na primeira fase, as bactérias oxidantes de amônia convertem a amônia (NH3) em nitrito (NO2-), um composto nitrogenado oxidado.
Esse processo é essencialmente uma oxidação, onde a amônia é despojada de elétrons e transformada em nitrito.
Na segunda fase, as bactérias oxidantes de nitrito entram em ação. Elas convertem o nitrito resultante da primeira fase em nitrato (NO3-), outra forma oxidada de nitrogênio.
Isso é realizado através de uma oxidação adicional!
A nitrificação é um exemplo clássico de como os micro-organismos do solo desempenham um papel fundamental na transformação de compostos químicos.
As bactérias envolvidas são conhecidas como quimiolitotróficas, pois obtêm energia a partir da oxidação desses compostos químicos.
Esse processo de nitrificação não apenas converte a amônia em formas mais acessíveis para as plantas, mas também libera compostos nitrogenados para o ambiente, que podem ter impactos positivos para a biodiversidade em geral.
Desnitrificação
Mas a dança também tem seus momentos de reviravolta!
A desnitrificação entra em cena quando algumas bactérias transformam o nitrato em gases nitrogenados, que são liberados para a atmosfera.
Ele é um processo crucial no ciclo do nitrogênio, que reverte parcialmente a transformação anterior.
Nesse ato, bactérias especializadas realizam uma sequência de reações bioquímicas que convertem o nitrato (NO3-) de volta em compostos gasosos de nitrogênio, como o óxido nitroso (N2O) e o dinitrogênio (N2), esses gases são então liberados na atmosfera.
Imagine isso como uma reviravolta no enredo da dança do nitrogênio!
Depois de ter sido transformado em formas que as plantas podem utilizar, parte desse nitrogênio é “resgatado” das mãos das plantas pelas bactérias.
Essas bactérias atuam como os “mágicos da reversão”, convertendo novamente o nitrato em gases, que sobem como cortinas se fechando, de volta ao cenário atmosférico.
Essas bactérias da desnitrificação prosperam em ambientes com baixos níveis de oxigênio, onde a oxidação é menos favorecida.
Isso ocorre porque a desnitrificação é, em essência, um processo de redução, onde as bactérias estão removendo oxigênio dos compostos nitrogenados, transformando-os em formas gasosas.
A desnitrificação é um elo vital na cadeia do ciclo do nitrogênio!
Pois ela ajuda a regular a quantidade total de nitrogênio disponível no solo e na água, influenciando a disponibilidade desse elemento essencial para as plantas.
Os Micro-organismos do Solo
Agora, nos bastidores do solo, surge um elenco vital: os micro-organismos!
São esses eles que dão vida a cada ato da complexa transformação do nitrogênio.
As bactérias fixadoras de nitrogênio, também conhecidas como diazotróficas, são verdadeiros mágicos no enredo.
No centro do palco, temos bactérias nitrificantes, elas trabalham como artesãos, transformando a amônia (NH3) em nitrito (NO2-) e, em seguida, em nitrato (NO3-).
A maioria pertencem a gêneros como Rhizobium e Azospirillum, um exemplo notável de bactéria fixadora de nitrogênio é a Rhizobium leguminosarum, que estabelece uma simbiose com plantas leguminosas, como feijão, ervilha e trevo.
Essa bactéria forma nódulos nas raízes das plantas, onde fixa o nitrogênio atmosférico e o converte em amônia, que é então disponibilizada para a planta hospedeira.
E é aqui que as bactérias desnitrificantes entram em cena, gêneros como Pseudomonas são bons exemplos dessa equipe.
A Pseudomonas denitrificans é uma espécie conhecida por sua habilidade de realizar a desnitrificação.
Ela converte nitrato em nitrito, óxido nitroso (N2O) e finalmente em dinitrogênio (N2), liberando esses gases para a atmosfera.
Viu como tudo faz parte de um ciclo?
Os micro-organismos desempenham um papel crucial na regulação do nitrogênio no solo, retornando parte dele ao ambiente gasoso e completando o ciclo.
Conclusão
Ao identificar a presença e a atividade dos micro-organismos, podemos avaliar a saúde e a fertilidade do solo, adotando medidas que impulsionam a produtividade da agricultura.
Portanto, ao conhecermos a microbiologia e entendê-la de fato, pode-se tomar decisões mais assertivas para cuidar do seu solo e promover uma melhor produtividade.
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Autoria: Marcos Cabral e Estácio Odisi da B4A