O solo é um componente vital para a agricultura, afetando a saúde e o desenvolvimento das culturas. No entanto, o solo é um organismo vivo, composto por uma variedade de micro-organismos, que oferecem uma capacidade única: a supressividade.
Neste blog, vamos explorar a importância do solo supressivo para a prevenção de doenças de plantas na agricultura, com foco em engenheiros agrônomos que desejam otimizar o manejo do solo.
O que é um solo supressivo?
O solo supressivo é um tipo de solo onde nota-se que a severidade ou a incidência de doenças permanecem baixas, mesmo constatando a presença de seu patógeno causador.
Um dos fatores chaves para a supressividade do solo é a competitividade, exercida exclusivamente pelos micro-organismos presentes no solo. Onde patógenos têm seu desenvolvimento suprimido conforme o desenvolvimento de espécies antagonistas que se desenvolvem, como por exemplo, o Trichoderma.
Manutenção do solo supressivo
O efeito supressivo do solo é consequência de anos de desenvolvimento da microbiota que ali se instalou, tanto de forma natural como também com a ajuda de aplicações exógenas.
No entanto, o efeito supressivo não é permanente, sendo que tratamentos com substâncias biocidas, que agridem as camadas da rizosfera, e queimadas na região podem afetar diretamente todo aquele gradual desenvolvimento da microbiota que ali se encontrava.
Contexto atual
No momento atual, o solo supressivo tem sido amplamente estudado, principalmente pela sua capacidade de reduzir a infestação por patógenos como Sclerotinia sclerotiorum, Rhizoctonia solani e Fusarium oxysporum, além de reduzir a população de nematóides como o Heterodera glycines na cultura da soja.
A variedade de micro-organismos encontrados e a densidade de suas populações no solo são fatores importantes para o potencial supressivo do solo.
Antagonistas
O conceito de antagonismo está diretamente ligado à capacidade de supressividade do solo. É graças ao antagonismo exercido por determinadas espécies de micro-organismos que é possível alcançar os benefícios de um solo supressivo.
Um dos exemplos clássicos de antagonismo são algumas espécies do gênero Trichoderma, que podem atuar no controle biológico da M. phaseolina e F. solani, patógenos na cultura da soja.
Conhecer melhor os antagonistas, nos permite ter mais ferramentas para escolha de estratégias agrícolas, e é interessante conhecer aqueles contidos em bioinsumos, bem como aqueles nativos do solo.
Neste sentido, a B4A no ano passado liderou um estudo próprio pela busca de antagonistas de patógenos da soja. O estudo teve destaque nacional, sendo apresentado no 42° Congresso de Paulista Fitopatologia, em setembro de 2022. Caso queira saber mais sobre o assunto, você pode acessar a postagem que fala sobre o assunto neste link. Ou você pode assistir uma entrevista com nosso cofundador Estácio no programa Mundo Soja do canal AgroMais.
Conclusão
Por fim, é preciso salientar que, um solo supressivo só é alcançado com cuidado, de maneira a deixar com que a microbiota local se desenvolva e assim possa desempenhar seu papel, portanto, o manejo adequado do solo é primordial.
Aqui vão algumas dicas para alcançar o máximo potencial supressivo dos seus solos:
- Evitar produtos nocivos à microbiota.
- Não realizar queimadas.
- Evitar o revolvimento do solo.
- Realizar um acompanhamento frequente da microbiota do solo.
A B4A possui um completo serviço de diagnóstico da microbiologia de solo, o FB DIAGNÓSTICO. Este serviço possibilita identificar a microbiota através da genética do solo, possibilitando traçar as melhores estratégias para a sua lavoura.
Para mais detalhes de como a nossa tecnologia pode ajudar na tomada de decisão, entre em contato com a nossa equipe!
Autoria: Marcos Cabral e Estácio Odisi da B4A.