E se houvesse uma substância capaz de fortalecer o sistema imune das plantas?
Pois aqui está a resposta: O ácido salicílico!
Acompanhe neste blog quais são os seus benefícios para as plantas e como os micro-organismos do solo podem influenciar sua disponibilidade.
Introdução
O ácido salicílico é um hormônio vegetal que desempenha um papel importante na proteção e resistência das plantas.
Lembra do ácido abscísico (ABA)?
Pois aqui, temos uma substância muito semelhante, sobretudo no quesito da modulação de resistência a estresses.
Sendo ela produzida tanto por micro-organismos, como também pelas próprias plantas em resposta a condições de estresse, como infecções por patógenos, lesões ou estresses ambientais.
Imagine que as plantas têm seu próprio sistema de alarme, assim como as casas.
Esse sistema de alarme ajuda a proteger as plantas contra invasores, como patógenos e estresses ambientais.
O ácido salicílico é como o detector de movimento desse sistema de alarme, quando um invasor é detectado, ele é acionado e age como um alerta para as defesas da planta.
E isso se traduz em quais benefícios?
Benefícios do Ácido Salicílico para as Plantas
O ácido salicílico oferece uma série de benefícios significativos para as plantas.
Sua atuação como um guarda-costas, fortalecendo as defesas naturais das plantas contra patógenos e estresses ambientais.
As áreas são muitas, desde o sistema de defesa até a adaptação a estresses ambientais, veja:
Ação do Ácido Salicílico
O ácido salicílico desencadeia uma série de respostas fisiológicas. Vamos por partes:
Ele é capaz de influenciar a expressão gênica nas plantas, ativando ou reprimindo genes específicos, quando percebido por proteínas receptoras específicas nas células vegetais.
Isso leva à ativação, por exemplo, do fator de transcrição NPR1 (Non-Expressor of Pathogenesis-Related Genes 1) estimulando a produção de proteínas de defesa, como as proteínas PR-1 (Pathogenesis-Related).
Nesses casos, ocorre a expressão de genes de defesa, produzindo proteínas antimicrobianas, como as fitoalexinas, e enzimas de metabolismo secundário, responsáveis por fortalecer as defesas das plantas contra patógenos.
Da mesma forma, ele ativa enzimas de defesa, como peroxidases e quitinases, que atuam na degradação de componentes da parede celular de patógenos invasores.
Pareceu complicado? Mas não é!
Imagine que a planta é um castelo e o ácido salicílico é como um alarme de segurança.
Quando o alarme é acionado, ele alerta os guardas do castelo de que há intrusos se aproximando.
Os guardas, por sua vez, se preparam imediatamente para proteger o castelo.
Desencadeando uma resposta de defesa nas plantas e ativando mecanismos de proteção para combater as ameaças.
E como se não fosse o bastante, o ácido salicílico desempenha um papel importante na proteção das plantas contra a salinidade, que é o excesso de sais minerais no solo.
Ele é capaz de ajudar a minimizar os efeitos negativos desse estresse abiótico, promovendo a tolerância das plantas à salinidade.
O ácido salicílico ajuda a controlar a abertura dos estômatos, que são pequenas aberturas nas folhas responsáveis pela troca de gases e pela transpiração, de forma a reduzir a perda excessiva de água.
Ele também está envolvido na regulação da síntese de antioxidantes, como a superóxido dismutase e a catalase em resposta à produção de espécies reativas de oxigênio.
Além disso, ele ativa genes que estão envolvidos na síntese de proteínas de resposta ao estresse, como os chamados osmoprotetores, que ajudam a estabilizar as células e preservar sua função normal mesmo em condições de salinidade.
O ácido salicílico também é capaz de interagir com outros hormônios vegetais, em um sistema de regulação hormonal.
O ácido jasmônico e o etileno, são ótimos exemplos!
Ele antagoniza as respostas induzidas pelo ácido jasmônico, suprimindo a produção de enzimas de degradação da parede celular e inibindo o crescimento de alguns patógenos que se aproveitam dessa degradação.
Enquanto que também atua como um regulador fino do etileno, equilibrando suas ações e garantindo um desenvolvimento adequado das plantas.
Por isso é importante ter sempre o ácido salicílico quando necessário, e nossos amigos micro-organismos podem nos ajudar e muito nisso!
Micro-organismos do Solo e a Produção de Ácido Salicílico
Os micro-organismos do solo desempenham um papel essencial na produção e disponibilidade do ácido salicílico para as plantas.
Isso porque eles podem tanto produzir quanto induzir a produção do ácido salicílico nas plantas.
Eles são como os colaboradores secretos das plantas!
Algumas bactérias do gênero Azospirillum, conhecidas como promotoras de crescimento associada às raízes das plantas, também são ótimas para manutenção desse fitohormônio.
Elas desencadeiam uma série de eventos de sinalização, levando à ativação de mecanismos de produção do ácido salicílico internamente na planta.
Além disso, estão ligadas também a uma produção exógena do ácido salicílico, fornecida diretamente por elas.
Já com relação aos fungos, o Colletotrichum tofieldiae se apresenta como um inquilino dos sonhos.
Ele trata-se de um fungo endofítico que estabelece uma simbiose com as raízes, que possui a capacidade de induzir a produção do ácido salicílico internamente pelas plantas.
Viu como a microbiota pode fazer toda diferença?
Conclusão
O ácido salicílico desempenha um papel vital na proteção das plantas contra ameaças externas.
A influência dos micro-organismos do solo na produção desse hormônio destaca a importância dessa relação simbiótica.
Por isso, é fundamental ter o máximo de informação acerca da microbiota do seu solo e nessa parte a metagenômica é sua maior aliada!
A B4A possui o serviço mais completo para identificar e traçar estratégias personalizadas em relação a microbiota do seu solo, o FB Diagnóstico.
Com ele é possível identificar o potencial genético de produção de ácido salicílico com base na microbiologia do solo.
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Autoria: Marcos Cabral e Estácio Odisi da B4A.