Bioinsumo é um produto, processo ou tecnologia biológica para uso agropecuário, aquático ou florestal, que proporciona um efeito positivo no desenvolvimento dos animais, das plantas e dos micro-organismos.
Em maio de 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu o Programa Nacional de Bioinsumos (decreto nº 10.375), estabelecendo diretrizes para a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e da valorização da biodiversidade brasileira por meio do uso e da conservação dos recursos genéticos.
Para a efetivação destas diretrizes, é fundamental que os produtores se familiarizem com os vários tipos de bioinsumos e seus propósitos. Neste texto, apresentamos algumas categorias de bioinsumos de origem microbiana em uso na agricultura. Confira:
Inoculantes
Benéficos ao desenvolvimento vegetal, os inoculantes são produtos compostos por micro-organismos e por um material de suporte líquido ou sólido. Por isso, é possível dividi-los em dois tipos: os líquidos e os turfosos.
O primeiro tipo é líquido e por isso pode ser aplicado nas sementes e no sulco de semeadura, enquanto o segundo tipo tem como material carreador a turfa e, por ser sólido, só pode ser aplicado com as sementes.
Ademais, um dos ativos biológicos mais comuns em inoculantes são os rizóbios. Destinadas a vários tipos de cultura, estas bactérias podem fixar o nitrogênio e fazer a nodulação de plantas leguminosas, auxiliando na aquisição de nutrientes.
Promotores de crescimento de plantas
Outro tipo de ativo biológico utilizado em bioinsumos são os micro-organismos promotores de crescimento de plantas, cuja função é estimular o crescimento vegetal por meio da produção de substâncias.
Entre as que têm essa missão estão os hormônios vegetais, as moléculas que solubilizam nutrientes da matriz mineral do solo e as substâncias que inibem o crescimento de pragas.
Além disso, os micro-organismos promotores de crescimento vegetal também podem auxiliar a planta na resistência a diferentes formas de estresse.
Ao todo, existem vários gêneros de bactérias promotoras de crescimento vegetal que habitam a rizosfera (zona do solo sob influência da raiz), como os gêneros Azospirillum, Pseudomonas, Rhizobium, Bacillus e Paenibacillus, por exemplo.
Já o gênero Trichoderma é um exemplo de fungo que possui atributos que o tornam promotor de crescimento vegetal, estando presente na formulação de vários produtos microbianos.
Biofertilizantes
Os biofertilizantes contêm micro-organismos e substâncias derivadas capazes de promover o aumento da produtividade ou da qualidade agrícola.
Tais organismos podem atuar tanto na ciclagem dos nutrientes no solo (promovendo sua fertilidade) quanto em processos mais específicos, como a fixação do nitrogênio e a solubilização do fósforo.
As bactérias do gênero Bacillus, como a espécie Bacillus subtilis, são exemplos de micro-organismos que estão presentes na formulação de biofertilizantes e de outros tipos de bioinsumos.
Isso se deve graças à grande versatilidade bioquímica destas bactérias, visto que elas possuem propriedades úteis no combate de pragas e podem atuar em vários dos processos biogeoquímicos do solo.
Agentes de biocontrole
Os últimos exemplos de bioinsumos são os agentes de biocontrole, micro-organismos naturalmente capazes de antagonizar seres que ameaçam a saúde vegetal, sejam eles fungos, insetos ou até nematoides.
Com isso, estes agentes podem ser usados para controlar as populações de pragas agrícolas, a depender da função do organismo alvo.
Os bioinseticidas, por exemplo, inibem insetos e bionematicidas, que inibem nematoides. É o caso da espécie de fungo Bauveria brassiana, que atua no controle de insetos como lagartas e percevejos.
Assim, a melhor forma para conhecer as deficiências biológicas de controle é executando um estudo microbiológico, como o FB Tratamento a executada pela B4A. Para saber mais sobre o assunto, entre em contato e solicite uma demonstração!
Texto: Prof. Marcus Adonai Castro da Silva – Microbiologista e Cofundador da B4A