Conhecer a microbiota do solo pode ajudar o produtor a melhorar o manejo da lavoura, principalmente no combate aos problemas ambientais que podem ameaçar a horticultura.
Neste texto, listamos os estresses mais comuns e algumas saídas possíveis. Confira:
Os desafios da horticultura
Os principais desafios da horticultura estão relacionados às condições ambientais adversas, como chuva e frio intensos.
O excesso de chuva, por exemplo, aumenta a umidade do solo, provocando o apodrecimento de legumes e hortaliças, a incidência de pragas e a lixiviação de nutrientes do solo.
Outro efeito indireto é a perda de seres benéficos do solo, uma vez que o excesso de chuva pode destruir até 50% da produção!
Já o frio intenso pode atrapalhar a produção em certas regiões do país. Embora favoreçam o cultivo de hortaliças, as baixas temperaturas podem afetar a germinação de sementes e o crescimento dos vegetais, podendo até provocar deformidades.
Resposta ao estresse ambiental
Para responder ao estresse ambiental, as plantas podem produzir certos hormônios para regular o metabolismo de maneira apropriada. Estes hormônios incluem o ácido abscísico, o etileno e o ácido salicílico.
Além disso, as plantas também produzem espécies reativas de oxigênio quando se encontram sob estresse. Essas moléculas apresentam um alto poder oxidante e acabam por destruir os componentes celulares.
Em condições normais, a produção e a destruição de espécies reativas de oxigênio se encontram equilibradas. Porém, durante os estresses, há produção em excesso das substâncias prejudiciais, desequilibrando o cenário.
Vale dizer que a microbiota do solo não evita perdas caso as condições climáticas adversas se estendam por períodos longos. No entanto, ela pode aumentar a resistência das plantas, ajudando a compensar alguns prejuízos.
Por outro lado, os mecanismos microbianos de combate ao estresse na horticultura podem contribuir para o aumento da produtividade.
A microbiota e a resistência das hortaliças às chuvas
Os micro-organismos podem proteger as plantas contra o excesso de chuvas de maneira indireta, induzindo mecanismos de resistência.
Os fitohormônios e os compostos voláteis, por exemplo, ajudam a planta a responder de maneira mais rápida e eficiente aos fatores de estresse.
Além disso, estes seres também atuam diretamente na proteção da planta, produzindo enzimas que destroem as espécies reativas de oxigênio e repondo nutrientes perdidos na lixiviação do solo.
Micro-organismos do frio ajudam a tolerar estresse
Em relação ao frio, o uso de micro-organismos tolerantes a baixas temperaturas como ativos biológicos em bioinsumos é uma estratégia viável para melhorar a resistência das plantas. Neste sentido, os mecanismos empregados podem ser de três tipos:
- Aumento do fornecimento de nutrientes;
- Estímulo à germinação de sementes;
- Produção de substâncias que protegem a planta contra o frio.
Para saber como a tecnologia de mapeamento genético do solo, como o FB Diagnóstico da B4A podem ajudar a combater os estresses na horticultura, entre em contato conosco!
Texto: Prof. Marcus Adonai Castro da Silva – microbiologista e cofundador da B4A.